Este passeio estava destinado a realizar-se nesta data já há vários meses. O objectivo era para o Jorge Freitas e Rui Miranda estrearem-se no Camino.
As férias foram pedidas, mas quis o destino que a estreia não fosse destes 2 senhores mas sim do João Cainé que de imediato aceitou o desafio. Quer o Freitas quer o Miranda foram impedidos por afazeres profissionais.
O Cainé começou a sua preparação na Maratona de Famalicão onde a sua prestação foi boa e fez 40 km, por isso só iria fazer mais cerca de 200km! ;-)
Na preparacao da sua BH foi á Procycle e apaixonou-se por uma Santa Cruz Blur LT, e assim foi ele todo contente para Santiago em Santa Cruz. Isto era só Santos por isso a proteção divina estava garantida. :-)
Esta proteção começou logo na noite anterior á partida quando descobrimos um furo numa roda tubeless e fomos obrigados a colocar a Câmara de ar. 1-0 para o Paulo Machado Ruivo. Mas a montada ficou de imediato pronta.
No dia seguinte, mesmo o Freitas faltando justificadamente não podíamos ficar impávidos e serenos e então tínhamos que o "castigar", foi voluntariamente forçado a levar-nos a Esposende e assim ficou a roer-se de inveja por não vir connosco.
Iniciamos assim a nossa peregrinação. Acabamos por ficar em Fão onde a clarinha é rainha, mas para mal dos meus pecados, ou bem, a casa mais típica ainda estava fechada.
Após o pequeno almoço num café da zona acabamos por partir em direcçao á igreja de Fão para carimbar as credenciais, como estava fechada fomos aos Bombeiros de Fão que simpaticamente colocaram o primeiro carimbo.
O tempo estava magnifico, cerrado de nuvens mas sem chuva, vento fresco mas não era nortada, pouca gente na estrada, fomos percorrendo terras de Esposende e visitando todas as capelinhas que este caminho oferece sempre com o mar como companheiro de viagem.
A Mulata Austríaca e a Índia do Iowa
A zona do rio Neiva com as suas azenhas e um singletrack fantástico fazia as delicias dos bicigrinos.
Fonte de Santiago em Castelo de Neiva
Um exemplo que deveria ser seguido por muitas paróquias.
Igreja de Castelo de Neiva
livro dos peregrinos
Neiva S. Romão
Continuamos a percorrer Castelo de Neiva, Neiva, Chafé e Darque.
Em Viana já viram algumas fotos, primeiro fomos á Sé e depois era preciso alimentar o ego.
Fomos à Casa Boavista na Rua do Poço, que nos apresentou umas febras no pão que estavam simplesmente deliciosas, acompanhadas por uma loura com espuma... Divinal.
Para a sobremesa estávamos em Viana pelo que era necessário ir comer uma bola de berlim ao Natário, mas desta vez fomos ao Zé Natário na Av dos Combatentes.
Aqui em Viana vou enviar um pequeno recado para as entidades competentes pela ordenação da cidade, já que o caminho de santiago atravessa a Av. 25 de Abril, esta passagem subterrânea está preparada de um dos lados para acesso de pessoas com mobilidade reduzida mas depois no final da passagem apenas tem escadas. Situação que deve ser corrigida urgentemente.
Mas voltando aos caminhos iniciamos logo pela Igreja dos Santos Mártires de Viana
Percorremos depois as localidades de Areosa onde encontramos este local paradisíaco chamado Largo da Boa Viagem onde existe a Quinta da Boa Viagem que sempre me provocou curiosidade pela bandeira e brasão que ostentam. É uma quinta de Turismo Rural e estou em querer que no futuro vou saber mais sobre ela vejam as imagens do local e no fim o facebook da quinta.
Passamos da Freguesia de Carreço
Igreja da Sra das Graças
Na entrada em Afife aconteceu uma desgraça, o Avelino estava com a força toda e de pé, em cima da Mulata Austríaca, arrancou como se estivesse a chegar à meta. Logicamente que a Mulata não estava pelos ajustes e deixou a mola partir na ponta, sem mola na ponta o linguete baixa, como era de esperar. A partir deste momento a ansiedade na cara do Avelino estava estampada, e o esforço que ele iria ter que fazer também iria ficar estampado. Eu explico, a cassete atrás tem 4 linguetes que engatam na cassete quando se pedala e desengatam quando se para de pedalar, neste caso não um dos linguetes estava a engatar a cassete, mas nós não sabíamos disso, o que é certo é que teríamos que procurar quem soubesse.
A primeira ideia foi substituir as montadas, como o Freitas tinha a Gringa branca em casa, íamos convidá-lo para jantar em Valença ele trazia a Gringa, o Avelino ficava com a Índia do Iowa e eu ficava com Gringa. O Cainé estava encantado com a Negra Californiana.
A segunda ideia foi procurar alguma casa de bikes em Ancora e tentar arranjar.
Decidimos pela segunda, lá fomos por estrada até Âncora mas antes passamos num caminho que pelo seu nome chama a atenção e que me faz lembrar apenas uma legenda:
O caiallo do gapaz não sabia esquebele. :-D
Quando chegamos a Vila Praia de Âncora as únicas lojas que haviam era a do pai do Quim Barreiros, segundo os locais tem para cima de 90 anos, e por isso uma Mulata Austríaca era capaz de ser tecnologia demais, isto segundo os locais que eu não tive o prazer de conhecer o senhor, já que a loja estava fechada, e da outra loja também me disseram o mesmo apenas o arranjador teria menos idade.
Nesse momento recebo um telefonema do Rui Abreu a perguntar como as coisas estavam a correr, hora santa que lhe pedi de imediato que me soubesse algum representante perto da marca Austríaca. Enviou sms (quando se precisa de amigos eles aparecem) com a morada do representante em Vila Nova de Cerveira.
Lá continuamos a pedalar, o Avelino poderia dizer-se que estava com pedal, pois não parava, :-) mas decidimos que como estava na hora de almoço, iriamos parar em Caminha e almoçar.
Como as referências do José Manuel Santos falharam fomos aos Bombeiros de Caminha solicitar indicações de um restaurante bom e barato.
Muralha de Caminha
As fotos dizem o resto
Neste Restaurante com a alimentação em dia e contacto feito com o Sr. Hilário partimos em direcção a Vila Nova de Cerveira.
A primeira casa que encontramos foi aquela que já foi o maior importador FIAT, ANHAS em Lanhelas, completamente ao abandono, triste.
Encontramos já em Cerveira e depois de passarmos a entrada para a Ecovia a MOTO TERRA, representante da KTM Motos. falamos com o Sr. António que não seria fácil arranjar mas que o representante era o Sr. Hilário numa casa 6 km após Cerveira. Mas o Sr. António de imediato disse que nos podia levar lá na carrinha, situação que se aceitou de imediato mas apenas foi o Avelino já que eu e o Cainé quisemos conhecer a Ecovia. Valeu a pena é uma zona espectacular, um exemplo da requalificação ribeirinha. A quantidade de pessoas a circular aquela hora e em dia de semana era muito bom.
Quando chegamos a Campos lá encontramos a Imércio Lima Hilário e reencontramos o Avelino já a recolocar a roda no sitio com a ajuda do Sr. Hilário.
Este contratempo acabou por alterar os planos de fazer o caminho da costa e resolvemos seguir para Valença, devido ao adiantado da hora, este percurso foi feito num ritmo calmo, já sem stress na face do Avelino, mas a partir daqui ele tratava a mulata de uma forma diferente, com suavidade e meiguice. :-).
Passamos ainda pela igreja de Cristelo Côvo de Arquitetura Religiosa, Secs XIX-XX de 1810
Chegados a Valença fomos directos ao Albergue de São Teotónio que na minha opinião é dos melhores que encontramos ao longo dos caminhos. Podem consultar o site que tem informações importantes:
Para terminar o dia em beleza e depois de arrumadas as bagagens e tratadas das bikes fomos
Jantar e já tivemos algum cuidado na dieta. :-)
Para terminar e em jeito de balanço ao primeiro dia...espectáculo!!
Amanhã há mais.
Abraço XTR para todos.
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